ANIMAÇÃO CULTURAL



A ideia de inversão da relação homem objeto é bastante coerente, afinal, apesar de os objetos serem resultado de um propósito do homem, este último possui uma dependência constante sobre os objetos e suas funções. Ou seja, diariamente nos deparamos com objetos aos quais, se retirados de nossa rotina, causariam certo incomodo pois já se tornaram parte dos nossos hábitos, como o celular que involuntariamente se verifica como uma forma de lidar com nossos próprios conflitos. Além disso, encarar a cultura como algo a ser desvalorizado para que essa transcendência ocorra é uma discussão interessante na medida em que, como âmbito de nossos costumes e valores, colide com o ideal da Revolução dos Objetos.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, foi discutindo por muitos em sala um mito presente no texto, que se refere a utilização do barro pelo homem, ou seja, de tijolos, para a animação de sua imagem e tentativa de reproduzir sua própria figura, se assumindo em forma de objeto, o que leva também a comprovar a superioridade dos objetos sobre a humanidade. O homem, portanto, teria utilizado da objetividade para sua própria representação, o que sugere a dependência em novos aspectos sobre o objeto.
Por fim, além das ideias acima, foi relatado outro tema exposto no texto de Flusser, a crítica a produção dos objetos como sendo apenas uma "ação humana exercida sobre o mundo". Os objetos seriam produtos humanos inventados e construídos para servir a humanidade, uma justificativa inaceitável que deveria refletir em nós a ideia de que, há uma reação exercida sobre tais ideais, que caracterizaria a superação sobre o mundo inanimado e sobre a humanidade.
Sendo assim, nota-se em todos os temas tratados em sala como os objetos e suas utilidades expandiram para além do controle do homem, tornando-se capazes de gerir seu modo de vida, a rotina e os princípios e, apesar de tudo, ainda serem vistos como apenas produtos humanos

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